O zumbido das abelhas remete para a maioria das pessoas à dolorosa picada do inseto. Mas para os apicultores e meliponicultores, que estão espalhados por 90% dos municípios de Santa Catarina, representa uma atividade extremamente próspera. No Extremo-oeste catarinense, a produção de mel tem superado as expectativas e sinalizado para a necessidade de técnicas para melhorar ainda mais a qualidade do produto.
O integrante da Associação de meliponicultores e apicultores (Amel) no Extremo-oeste, Cleomar Liebert, trabalha com a atividade há pelo menos 30 anos. Ele explica que a apicultura produz mel de abelhas com ferrão e a meliponicultura, de abelhas sem ferrão. A diferença não é somente no sabor, mas também no bolso do consumidor. “O mel da abelha sem ferrão é mais caro, o comércio é baseado pelo mercado internacional. O mercado do mel varia conforme a coloração. O mel de SC foi eleito mundialmente o melhor mel, no ano passado. E o melhor é o da nossa região por causa da florada, é um mel claro e saboroso. A coloração define o valor de mercado, quanto mais claro, mais saboroso e maior o valor. Quanto mais escuro, mais forte”, explica.
De acordo com Liebert, a Amel vem realizando a reintrodução de espécies de abelhas nativas que já estavam extintas na região. A Jataí, por exemplo, vem se adaptando à diferentes ambientes, inclusive na área urbana. “A Jataí se encontra em grande quantidade na natureza, porque ela desenvolveu formas de se adaptar na natureza. Ela migrou para áreas urbanas, conseguiu se manter enquanto outras espécies nativas da região não conseguiram evoluir e foram praticamente extintas. Esse trabalho que a Amel tem feito é justamente para reintroduzir, orientar, desenvolver técnicas conjuntamente e repassar informações para os melipolinicultores para que não venham mais a matar os enxames por desconhecimento”, observa.
A técnica para colheita é rigorosa, tudo para garantir que um mel saboroso chegue à mesa dos consumidores. Liebert explica que o sabor depende da forma do manejo, da florada abundante e da chuva periódica. Para os produtores de mel, o ano apícola que termina em maio, já tem registrado bons resultados.
“Considerando que o mel gira em torno de R$ 10 a R$ 12, são R$ 550 mil mensais que estão inseridos na economia da região em função do mel. O ano apícola inicia em agosto e termina em maio, foi um ano de fartura, diferente dos outros dois. Temos uma produção grande na região, um trabalho da Epagri e da Amel, na grande maioria voluntário, para desenvolver técnicas de manejo, potencializando a produção. Também temos um programa do Estado que é o Kit Apícola, só através dele foram adquiridas pelos apicultores mais de 900 colmeias no último ano. Isso está desenvolvendo a apicultura”, declara.
Mesmo com os resultados positivos, os produtores estimam melhorar ainda mais a qualidade do produto. Para isso, as proximais reuniões da associação devem trabalhar técnicas para fazer com que o mel que sai perfeito da colmeia chegue da mesma forma até a mesa do consumidor. E quando o assunto é qualidade, Liebert tem um conselho: “Sempre compre de lojas especializadas, ou de apicultores e melipolinicultores que você conheça. O mel é saudável, mas pode ser contaminado no manejo. Tem que ser um recipiente limpo, de inox, tem que ter higienização. Sobre isso temos trabalhado forte em todos os encontros”, finaliza.
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