Santa Catarina está sem estoque de vacina pentavalente, que protege contra difteria, tétano, coqueluche, influenza B e hepatite B. Segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive), o problema ocorre nos repasses do Ministério da Saúde para todo o país. Sem as doses, pais de recém-nascidos estão preocupados.
É o caso de Heloísa, que completou dois meses de vida na terça-feira (21). Pelo calendário vacinal, ela deveria tomar a vacina pentavalente neste mês, mas os pais não encontraram a vacina na rede pública nem na rede particular em Joinville, no Norte do estado.
“Chegamos lá para fazer a vacina e ela disse que a pentavalente está em falta. Perguntei onde encontrava e ela disse para procurar a rede privada”, conta Carina Faustino, mãe de Heloísa.
Na rede particular os pais também não encontraram a vacina penta. A hexavalente - que, além das mesmas doenças da pentavalente, protege também contra poliomielite - seria uma alternativa, mas custa R$ 280 e também está em falta.
"É uma vacina que deveria estar disponível e a criança precisa. Vamos supor que hoje ou amanhã a criança adquira uma dessas doenças que está prevista de ser imunizada, olha o custo e o transtorno que vai ser para gente, faltar dias de trabalho, disponibilizar tempo para estar em hospital e o tratamento também", diz o eletricista Darlan Faustino, pai de Heloísa.
Uma das principais clínicas da rede particular que disponibilizam vacinas em Florianópolis também está sem as vacinas penta e hexavalente há cerca de 20 dias.
Milhares de crianças e pais estão na mesma situação da família de Joinville porque a vacina está em falta em todo o país.
A Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive) informou, em nota, que a vacina pentavalente está em situação de desabastecimento e a previsão é que a distribuição seja regularizada até julho.
A Dive informou que não recebe doses adequadas da vacina pentavalente desde o início do ano. Segundo o Ministério, até maio deste ano foram distribuídas 73,8 mil doses da vacina para Santa Catarina. Mas a Dive informou que foram entregues 60.650 doses, o que equivale a um terço do que o estado precisa só para o primeiro semestre.
Ainda segundo a Dive, 6 milhões de doses chegaram ao país no segundo semestre de 2016, mas aguardam liberação da Anvisa porque “sofreram excursão de temperatura”. Essas vacinas precisam ser armazenadas em uma temperatura específica, e variações podem fazer a vacina perder o efeito
Em nota, o Ministério da Saúde informou que o estoque atual de vacinas, que são importadas, está passando por trâmites alfandegários.
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